quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Rio Arrudas inunda na virada do ano

Repito o comentário que escrevi na Revista Crise [!] para os leitores do blog do EI tendo em vista a área de atuação do Escritório, além de complementar o post anterior:

""Pouco antes da virada do ano, uma forte chuva atingiu a Grande BH. O Ribeirão Arrudas transbordou, inundando ruas e arrastando carros, como na avenida Tereza Cristina." Jornal Estado de Minas

O Rio Arrudas transbordou numa extensão de quatro quilômetros. Foi a primeira enchente de grandes proporções no ribeirão em 30 anos. Carros e até ônibus foram arrastados." Jornal da Alterosa

Estas foram as manchetes dos jornais e telejornais mineiros. No Jornal da Alterosa há uma matéria impressionante sobre a enchente do Arrudas. É só clicar aqui. O Jornal Nacional também noticiou o fato.

E isso ocorreu quatro dias depois que o Fernando Lara publicou um post no seu blog informando que, do dia 12/12/2008 a 27/12/2008, choveu mais de 300mm, quase a quantidade de chuvas anual de Madrid e Lisboa. E os meteorologistas afirmam que em dezembro choveu o dobro do que estava previsto no período na capital mineira.

Tais enchentes, segundo Fernando Lara, deve-se, principalmente, ao fato de que "as áreas públicas representam cerca de 20 a 30% do total da superfície urbanizada mas acabam sendo responsáveis pelo manejo e toda a água da chuva, seja porque nela corre a tubulação de escoamento pluvial ou porque nela são lançadas quase 90% do volume dado que todo o resto está absolutamente pavimentado."

Apolo Heringer, professor da Faculdade de Medicina da UFMG e coordenador do Projeto Manuelzão, partilha a mesma opinião. Em entrevista ao Jornal Alterosa, Heringer afirma que se o solo não absorver uma parte das águas, enchentes piores ocorrerão.

O Poder Público tem grande responsabilidade nisso, mas nós também podemos contribuir. Basta permitir que as águas das chuvas sejam absorvidas nos terrenos de nossas casas e/ou armazenando-as para reaproveitá-las para usos não humano, como por exemplo, em descargas sanitárias, para regar o jardim ou para lavar carro. Mas, infelizmente, ocorre o contrário. Basta o proprietário obter o "habite-se" que o solo permeável (que é uma obrigação Legal) da casa ou do edifício seja substituído por cimento ou pedra.

No nosso caso, que trabalhamos em vilas e favelas, que são áreas de risco, a questão do solo é importantíssima. Pois, dentre outras coisas, muitas delas estão localizadas em áreas de preservação ambiental - topo de morro."

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